quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Franceses batem recorde de tempo na mesa

“Lar” é a casa onde o fogo está aceso. Na França, mantê-lo sempre vivo era um ponto de honra e deixa-lo extinguir um sinal de desgraça.

Continuamente havia uma panela no fogo e alguma delícia caseira saindo.

Entrando no lar, a primeira coisa que percebiam familiares, empregados, amigos, convidados, hóspedes, era o cheiro do prato prestes a ser servido.

Em torno do fogo: a família. A dona de casa como rainha.

Na mesa, o pai como rei, e um exército animado de crianças, velhos, patrões, empregados e assimilados em torno da mesa farta.

Já na Idade Média comia-se para valer. Horas na mesa, falando de tudo o que aconteceu no dia, no trabalho, na cidade, na igreja, na roça, no castelo do príncipe, no palácio do bispo, na casa do prefeito ou dos vizinhos, na feira, na choça do maltrapilho.

A modernidade extinguiu os fogos, e sem o fogo a família foi deixando de comer na mesma mesa, de pôr em comum sentimentos e esperanças. Os filhos foram sumindo e um dia o casal passou a se separar.

Agora, o Instituto Nacional da Estatística e dos Estudos Econômicos (Insée, na sigla em francês) diz que os franceses estão voltando à mesa familiar.

Em média passam nela 2h 35m diários, 13 minutos a mais que em 1986. Isso fora de casa. No lar aumentou cada refeição consome 1h 35m

No Brasil, por dia, levamos 1h54m com as refeições, segundo o IBGE.

Para o sociólogo Thibaut de Saint Pol, “os estrangeiros se espantam vendo que em torno de 12h30m, a grande maioria dos franceses foi almoçar. Nas estradas todo mundo pára para comer. A refeição mais importante é a noturna. Todos se encontram para comer juntos e conversar sobre o dia”, ressalta o sociólogo.

Segundo Thibaut, para “britânicos e americanos o alimento é um combustível. Para os franceses, é algo muito forte, é cultural”.

Dominique Audoit, 47, de Aix-les-Bains, defende que “o importante é estar juntos. Está fora de questão começar a jantar antes que todos estejam presentes. E ninguém assiste à TV nem usa o celular durante a refeição”.


quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Fecharão centenas de igrejas na Holanda

Igreja de Sankt Jacobus em Utrecht, Holanda, já virou residência
Igreja de Sankt Jacobus em Utrecht, Holanda, já virou residência

Entre 600 e 700 igrejas católicas serão dessacralizadas e entregues a uso profano nos próximos cinco anos, informou o jornal oficioso vaticano L’Osservatore Romano, citado por CWN. 

O jornal vaticano citou estatísticas da “Future for Religious Heritage”, associação dedicada a preservar os prédios religiosos. Entre 400 e 500 locais de reunião protestantes também serão desafetados até 2018.

A Holanda conta com 1.267 igrejas paroquiais católicas, só ficam 2.804 padres e apenas 179 seminaristas, segundo as estatísticas Vaticanas.

Na Holanda fecham duas igrejas por semana, segundo a agência Reuters. Um dos problemas menores – mas quão importante – é o destino das obras de arte sacras.

Em sentido contrário, congregações tradicionais andam à procura desses objetos religiosos tão simbólicos e necessários para o culto, acrescenta Reuters.

Esta observação faz sentir que o fechamento das igrejas está ligado à modernização promovida nas últimas décadas em nome do “espírito do Vaticano II”.

Objetos sacros podem acabar como neste Café em Tóquio
Objetos sacros podem acabar como neste Café em Tóquio
Esse “espírito” dizimou clero e fiéis, e agora chegou ao ponto – aliás, anunciado como objetivo do progressismo – de liquidar o patrimônio eclesiástico.

Na igreja de Eindhoven, o altar foi enviado para a catedral da República Dominicana, mas o prédio sagrado foi transformado num posto de saúde, bem no gosto do progressismo miserabilista e anti-tradicional.

Ouras igrejas católicas viraram livrarias ou teatros, enquanto os objetos religiosos foram repassados para igrejas na Ucrânia.

Essas transferências são as menos chocantes. Segundo Eugene van Deutekom, arquivista e historiador diocesano reconheceu que há tantos objetos religiosos sobrando que custa achar igrejas que os aceitem. A solução menos pior seria doá-los a museus.

A frequentação dos católicos à Missa dominical foi a mais alta da Europa antes do Vaticano II, mais de 90%, disse o Pe. Jan Stuyt de Nijmegen.

Também na Inglaterra:
igreja transformada em moradia, Northumberland
“Agora estamos abaixo do nível da Franca”, com uma frequentação inferior a 10% dos fiéis. A igreja modernizada não atraiu ninguém e repeliu a maioria.

Entre 1970 e 2008, já foram demolias 205 igrejas católicas holandesas, enquanto outras 148 foram convertidas em lojas, centros de saúde, restaurantes, apartamentos ou ainda outros usos não explicados.

Marc de Beyer, curador do Museu Catharijnecovent de Utrecht reconheceu que há um super-fornecimento de obras de arte religiosas provenientes das igrejas dessacralizadas: por volta de 150.000 objetos sagrados.

Entrementes, o temido risco de esses objetos sagrados serem usados de formas que tocam na blasfêmia ou escarnio da religião tem se verificado. Alguns bares e discotecas utilizam desrepeitosamente ou com intenções blasfemas.

Sem falar do temor, que muitos dos prédios sejam convertidos em mesquitas.